O uso do calçado remonta aos tempos primitivos. As sandálias começaram por ser constituídas por pedaços de couro ou cascas de árvore e foram o primeiro tipo de calçado, passando depois à forma de sapatos e de botas.
Pesquisas apontam que a história do sapato começa a partir de 10.000 AC., ou seja, no final do período paleolítico. Entre os utensílios de pedra dos homens das cavernas existiam alguns que serviam para raspar as peles. Nos hipogeus (câmaras subterrâneas usadas para enterros múltiplos) egípcios, que têm idade entre 6 e 7 mil anos, foram descobertas pinturas que representavam os diversos estados do preparo do couro e dos calçados.
Por causa do clima, os egípcios usavam mais sandálias (feitas de palha, papiro ou de fibra de palmeira) do que sapatos. O interessante é que era comum andar descalço e carregar as sandálias usando-as apenas quando necessário.
Por causa do clima, os egípcios usavam mais sandálias (feitas de palha, papiro ou de fibra de palmeira) do que sapatos. O interessante é que era comum andar descalço e carregar as sandálias usando-as apenas quando necessário.
Na Mesopotâmia eram comuns sapatos de couro cru amarrados aos pés por tiras do mesmo material. Os coturnos eram símbolo de alta posição social. Já a Grécia chegou a lançar moda: modelos diferentes para pés direito e esquerdo. Em Roma, o calçado indicava a classe social. Os cônsules usavam sapato branco, os senadores sapatos vermelhos, presos por 4 fitas pretas de couro atadas a 2 nós, e o calçado tradicional das legiões era a bota de cano curto que descobria os dedos.
Na idade média, homens e mulheres usavam sapatos de couro abertos, com forma semelhante à das sapatilhas. Os homens também usavam botas altas e baixas atadas à frente e ao lado. O material mais utilizado era a pele de vaca, sendo as botas de qualidade superior feitas de pele de cabra.
O ofício de sapateiro é antiquíssimo, os sapateiros sofriam com a discriminação de sua época, eram comparados a curtidores e carniceiros, na fábrica das cidades antigas. O cristianismo fez com que essa situação reverte-se, surgindo assim logo três santos sapateiros: Aniano, sucessor de São Marcos como arcebispo de Alexandria (século I), e os irmãos Crispim e Crispiniano, martirizados em Saisson sob Dominicano.
O primeiro calçado foi registado na história do Egipto, muitos anos antes de Cristo, por volta de 2000 a 3000 a.C.. Trata-se de uma sandália, composta por duas partes, uma base (o solado), e uma alça presa aos lados, passando sobre o peito do pé. A base era formada por tranças de cordas de raízes como, cânhamo ou capim.
As sandálias eram o tipo mais comum de calçado nas civilizações primitivas. Ao tempo da XVIII dinastia, as classes mais ricas já usavam sandálias de fibra. Os primeiros sapatos macios foram introduzidos na Mesopotâmia por montanheses da fronteira que invadiram o vale. O material usado era o couro cru.
Os coturnos se originaram na Grécia como adereços do teatro, mas só se difundiram após ter sido copiado pelos romanos que passaram a usar no seu dia a dia. As mulheres gregas andavam descalças ou de sandálias pelas ruas, só os sapatos de uso em casa eram fechados e mais confortáveis.
Até o Século V, os etruscos usavam calçados de modelo próprio, amarrados, de cano alto e bico revirado. Mas foram os romanos que primeiro moldaram sola de gáspea (parte superior frontal do calçado), e fizeram formas diferentes para o pé esquerdo e direito. Foi um grande progresso para a época, mas essas tais formas foram esquecidas e tiveram que ser reinventadas pelos ingleses em 1818. Em Roma os calçados variavam de acordo com as classes sociais e o sexo do usuário. As mulheres usavam sapatos fechados nas cores: branco, vermelho, verde e amarelo; os patrícios (nobres romanos), sandálias escarlate com um ornamento em forma de meia lua no contraforte; os senadores, sapatos rasos e vermelhos; os cônsules, sapatos brancos; e os militares, pesadas botas ferradas com os dedos a mostra. O imperador Caio, criado entre os saldados de seu pai, adoptou pelo resto da vida uma sandália do exército (Calígula) e passou à história com esse nome.
A padronização da numeração é de origem inglesa. A primeira referência conhecida da manufactura do calçado na Inglaterra é de 1642 quando Thomas Pendleton forneceu 4.000 pares de sapatos e 600 pares de botas para o exército. As campanhas militares desta época iniciaram uma demanda substancial por botas e sapatos. No século 19, começam a ser incorporadas máquinas para auxiliar na confecção dos calçados. Com o advento da máquina de costura, o sapato passou a ser mais acessível. A partir da quarta década do século 20, o couro começou a ser trocado pela borracha e pelos materiais sintéticos, principalmente nos calçados femininos e infantis.
Na idade média, pobres e camponeses usavam tamancos, e mesmo os sapatos dos ricos não eram pretensiosos, só mais tarde começaram a se modificar com fivelas e cadarços.
Eduardo I, decretou que 1 polegada equivaleria a 3 grãos, adoptou-se esta medida para determinar o número do calçado, que é usado até hoje.
Nos séculos VIV e até meados do século XV, os sapatos foram se alongando e ficaram muito pontiagudos, até as armaduras seguiram esse género com sapatos de ferro e bico revirado.
Eduardo II, decretou que o bico não poderia exceder a 2 polegadas, mas foi em vão, pois seu neto e sucessor Ricardo II, já usava calçados que atingiam até 18 polegadas de bico.
No final do século XV e início do século XVI, Henrique VIII, por possuir os pés largos, inchados e doloridos, se sentia confortável com chinelos e sapatos mais largos, e por decreto proibiu o uso de sapatos pontiagudos. Por isso esse novo tipo de calçado acabou se popularizando, e poderia ser usados por qualquer classe social, tendo como uma das principais características a simetria, sem distinção de pé esquerdo ou direito.
No século XVII predominavam as botas, os sapatos tinham salto de tamanho moderado. Luís XIV lançou o salto, e que o neto conservou e tem se nome, Luís XV. Os sapatos eram mais enfeitados, com fitas e laçarotes. Na América Colonial puritana, homens e mulheres usavam sapatos pretos de verniz, com pouco salto. No século seguinte as fitas foram substituídas por adornos em outro e preta, muitas vezes recheados com pedrarias.
Até o século XIX a manufactura dos calçados era toda a mão, como o solado todo preso por pregos, só com o advento das máquinas de costura americanas, de Walter Hunt, de Elias Howe e de Isaac Merrit Singer, a produção do sapato cresceu e seu custo barateou. Logo surgiram máquinas especializadas, o que revolucionou a indústria de calçados.
Com a Grande demanda pesquisas foram realizadas para a utilização de materiais artificiais por causa da escassez do couro. Nos calçados ainda produzidos em couro, o couro de boi representa 70% do total empregado pela indústria, podendo ser encontrado em várias espessuras. No restante são utilizados couros de cobra, carneiro, porco, canguru, avestruz, lagarto, crocodilo, etc.
Outros materiais como tecidos são mais encontrados em calçados femininos luxuosos e calçados desportivos.
Cabe observar que, apesar de uma evolução gradativa no modo de conceber o calçado, as tendências do futuro devem revelar, ainda, forte influência do estilo do passado, já eu as alterações sofridas deixaram marcas indeléveis.
Na idade média, homens e mulheres usavam sapatos de couro abertos, com forma semelhante à das sapatilhas. Os homens também usavam botas altas e baixas atadas à frente e ao lado. O material mais utilizado era a pele de vaca, sendo as botas de qualidade superior feitas de pele de cabra.
O ofício de sapateiro é antiquíssimo, os sapateiros sofriam com a discriminação de sua época, eram comparados a curtidores e carniceiros, na fábrica das cidades antigas. O cristianismo fez com que essa situação reverte-se, surgindo assim logo três santos sapateiros: Aniano, sucessor de São Marcos como arcebispo de Alexandria (século I), e os irmãos Crispim e Crispiniano, martirizados em Saisson sob Dominicano.
O primeiro calçado foi registado na história do Egipto, muitos anos antes de Cristo, por volta de 2000 a 3000 a.C.. Trata-se de uma sandália, composta por duas partes, uma base (o solado), e uma alça presa aos lados, passando sobre o peito do pé. A base era formada por tranças de cordas de raízes como, cânhamo ou capim.
As sandálias eram o tipo mais comum de calçado nas civilizações primitivas. Ao tempo da XVIII dinastia, as classes mais ricas já usavam sandálias de fibra. Os primeiros sapatos macios foram introduzidos na Mesopotâmia por montanheses da fronteira que invadiram o vale. O material usado era o couro cru.
Os coturnos se originaram na Grécia como adereços do teatro, mas só se difundiram após ter sido copiado pelos romanos que passaram a usar no seu dia a dia. As mulheres gregas andavam descalças ou de sandálias pelas ruas, só os sapatos de uso em casa eram fechados e mais confortáveis.
Até o Século V, os etruscos usavam calçados de modelo próprio, amarrados, de cano alto e bico revirado. Mas foram os romanos que primeiro moldaram sola de gáspea (parte superior frontal do calçado), e fizeram formas diferentes para o pé esquerdo e direito. Foi um grande progresso para a época, mas essas tais formas foram esquecidas e tiveram que ser reinventadas pelos ingleses em 1818. Em Roma os calçados variavam de acordo com as classes sociais e o sexo do usuário. As mulheres usavam sapatos fechados nas cores: branco, vermelho, verde e amarelo; os patrícios (nobres romanos), sandálias escarlate com um ornamento em forma de meia lua no contraforte; os senadores, sapatos rasos e vermelhos; os cônsules, sapatos brancos; e os militares, pesadas botas ferradas com os dedos a mostra. O imperador Caio, criado entre os saldados de seu pai, adoptou pelo resto da vida uma sandália do exército (Calígula) e passou à história com esse nome.
A padronização da numeração é de origem inglesa. A primeira referência conhecida da manufactura do calçado na Inglaterra é de 1642 quando Thomas Pendleton forneceu 4.000 pares de sapatos e 600 pares de botas para o exército. As campanhas militares desta época iniciaram uma demanda substancial por botas e sapatos. No século 19, começam a ser incorporadas máquinas para auxiliar na confecção dos calçados. Com o advento da máquina de costura, o sapato passou a ser mais acessível. A partir da quarta década do século 20, o couro começou a ser trocado pela borracha e pelos materiais sintéticos, principalmente nos calçados femininos e infantis.
Na idade média, pobres e camponeses usavam tamancos, e mesmo os sapatos dos ricos não eram pretensiosos, só mais tarde começaram a se modificar com fivelas e cadarços.
Eduardo I, decretou que 1 polegada equivaleria a 3 grãos, adoptou-se esta medida para determinar o número do calçado, que é usado até hoje.
Nos séculos VIV e até meados do século XV, os sapatos foram se alongando e ficaram muito pontiagudos, até as armaduras seguiram esse género com sapatos de ferro e bico revirado.
Eduardo II, decretou que o bico não poderia exceder a 2 polegadas, mas foi em vão, pois seu neto e sucessor Ricardo II, já usava calçados que atingiam até 18 polegadas de bico.
No final do século XV e início do século XVI, Henrique VIII, por possuir os pés largos, inchados e doloridos, se sentia confortável com chinelos e sapatos mais largos, e por decreto proibiu o uso de sapatos pontiagudos. Por isso esse novo tipo de calçado acabou se popularizando, e poderia ser usados por qualquer classe social, tendo como uma das principais características a simetria, sem distinção de pé esquerdo ou direito.
No século XVII predominavam as botas, os sapatos tinham salto de tamanho moderado. Luís XIV lançou o salto, e que o neto conservou e tem se nome, Luís XV. Os sapatos eram mais enfeitados, com fitas e laçarotes. Na América Colonial puritana, homens e mulheres usavam sapatos pretos de verniz, com pouco salto. No século seguinte as fitas foram substituídas por adornos em outro e preta, muitas vezes recheados com pedrarias.
Até o século XIX a manufactura dos calçados era toda a mão, como o solado todo preso por pregos, só com o advento das máquinas de costura americanas, de Walter Hunt, de Elias Howe e de Isaac Merrit Singer, a produção do sapato cresceu e seu custo barateou. Logo surgiram máquinas especializadas, o que revolucionou a indústria de calçados.
Com a Grande demanda pesquisas foram realizadas para a utilização de materiais artificiais por causa da escassez do couro. Nos calçados ainda produzidos em couro, o couro de boi representa 70% do total empregado pela indústria, podendo ser encontrado em várias espessuras. No restante são utilizados couros de cobra, carneiro, porco, canguru, avestruz, lagarto, crocodilo, etc.
Outros materiais como tecidos são mais encontrados em calçados femininos luxuosos e calçados desportivos.
Cabe observar que, apesar de uma evolução gradativa no modo de conceber o calçado, as tendências do futuro devem revelar, ainda, forte influência do estilo do passado, já eu as alterações sofridas deixaram marcas indeléveis.
A primeira referência conhecida da manufactura do calçado na Inglaterra é de 1642, quando Thomas Pendleton forneceu quatro mil pares de sapatos e 600 pares de botas para o exército. As campanhas militares desta época iniciaram uma demanda substancial por botas e sapatos.
Em meados do século XIX começaram a surgir as máquinas para auxiliar na confecção dos calçados mas, só com a máquina de costura o sapato passou a ser mais acessível. A partir da quarta década do século XX, grandes mudanças começam a acontecer na Indústria de calçado, como a troca do couro pela borracha e pelos materiais sintéticos, principalmente nos calçados femininos e infantis.
Em meados do século XIX começaram a surgir as máquinas para auxiliar na confecção dos calçados mas, só com a máquina de costura o sapato passou a ser mais acessível. A partir da quarta década do século XX, grandes mudanças começam a acontecer na Indústria de calçado, como a troca do couro pela borracha e pelos materiais sintéticos, principalmente nos calçados femininos e infantis.
O sapato surgiu no momento que o homem sentiu necessidade de proteger os pés. Desde que pinturas rupestres, datadas entre 12 mil e 15 mil anos antes de Cristo, foram descobertas em cavernas da Espanha, representando homens calçados com botas de pele, muito se andou na história do sapato. Os primeiros calçados conhecidos, usados em regiões quentes, eram sandálias feitas com fibras de plantas ou couro. Porém o mais comum era andar descalço e carregar as sandálias usando-as apenas quando necessário. Em Roma o sapato indicava a classe social do usuário. A Numeração do sapato surgiu na idade média na Inglaterra, pelo rei Eduardo.
O pé, até início do século XX, era considerado símbolo de castidade, uma parte do corpo mais tentadora que os seios, por isso deveria ser protegido dos olhares cobiçosos. A fabricação em massa só começou a partir de 1760, quando foi construída a primeira fábrica de sapato em Massachusetts, Estados Unidos. E até a metade do século XIX, os dois pés do sapato eram iguais. O primeiro par feito com pé direito e pé esquerdo apareceu entre1801 e 1822, Filadélfia.
No mundo do showbusiness, nos cinemas, nas artes, na políticas, na cama, enfim, em todas as áreas humanas, o sapato revela status, atitudes, preferências sexuais, valores artísticos e estéticos e até posições políticas. Além de status, os sapatos podem expressar engajamento político e dizer o estilo sexual de mulheres. Agressivas e activa; romântica e submissa; misteriosa e sofisticada; descontraída e divertida. Uma mulher que adorna o pé com uma mula está mandando a seguinte mensagem: “Tenho sexo à flor da pele”. Quem nunca sucumbiu à fantasia de beber champanhe num sapato altíssimo? Alguém consegue imaginar sexo sem sapatos?
Os pés estão directamente ligados à sexualidades para os chineses, que durante séculos enfaixaram, os de suas mulheres, para torná-los pequenos, adornando-os com delicadas sapatilhas. Estas sapatilhas traziam ricos bordados, inclusive na sola que, claro, não eram feitas para andar, apenas para enfeitar. Depois do espartilho, são os sapatos e botinhas de verniz preto e salto stiletto que fazem mais sucesso na cultura sadomasó. O repertório dos saltos está recheado de casos deliciosos e escandalosos. Agora, relaxe e calce sua fantasia. Sem exageros, um sapato diz mais sobre seu dono do que todo um guarda-roupa. Mesmo vestindo uma roupa clean, os sapatos podem revelar sua personalidade.
Qual o significado de alguns modelos de sapatos? O mundo dos calçados carrega muitas excentricidades, como por exemplo, na Europa dos séculos XVII e XVIII, usar saltos vermelhos era símbolo de status permitidos somente aos nobres. Na corte de Luís XIV os homens usavam sapatos de saltos que reproduziam pinturas de rústicas miniaturas ou cenas românticas. Desde Portugal, Maria Antonieta tinha um serviçal somente para cuidar de seus 500 sapatos, que eram catalogados por data, cor e estilo.
Fonte: Nina Lopes
O pé, até início do século XX, era considerado símbolo de castidade, uma parte do corpo mais tentadora que os seios, por isso deveria ser protegido dos olhares cobiçosos. A fabricação em massa só começou a partir de 1760, quando foi construída a primeira fábrica de sapato em Massachusetts, Estados Unidos. E até a metade do século XIX, os dois pés do sapato eram iguais. O primeiro par feito com pé direito e pé esquerdo apareceu entre1801 e 1822, Filadélfia.
No mundo do showbusiness, nos cinemas, nas artes, na políticas, na cama, enfim, em todas as áreas humanas, o sapato revela status, atitudes, preferências sexuais, valores artísticos e estéticos e até posições políticas. Além de status, os sapatos podem expressar engajamento político e dizer o estilo sexual de mulheres. Agressivas e activa; romântica e submissa; misteriosa e sofisticada; descontraída e divertida. Uma mulher que adorna o pé com uma mula está mandando a seguinte mensagem: “Tenho sexo à flor da pele”. Quem nunca sucumbiu à fantasia de beber champanhe num sapato altíssimo? Alguém consegue imaginar sexo sem sapatos?
Os pés estão directamente ligados à sexualidades para os chineses, que durante séculos enfaixaram, os de suas mulheres, para torná-los pequenos, adornando-os com delicadas sapatilhas. Estas sapatilhas traziam ricos bordados, inclusive na sola que, claro, não eram feitas para andar, apenas para enfeitar. Depois do espartilho, são os sapatos e botinhas de verniz preto e salto stiletto que fazem mais sucesso na cultura sadomasó. O repertório dos saltos está recheado de casos deliciosos e escandalosos. Agora, relaxe e calce sua fantasia. Sem exageros, um sapato diz mais sobre seu dono do que todo um guarda-roupa. Mesmo vestindo uma roupa clean, os sapatos podem revelar sua personalidade.
Qual o significado de alguns modelos de sapatos? O mundo dos calçados carrega muitas excentricidades, como por exemplo, na Europa dos séculos XVII e XVIII, usar saltos vermelhos era símbolo de status permitidos somente aos nobres. Na corte de Luís XIV os homens usavam sapatos de saltos que reproduziam pinturas de rústicas miniaturas ou cenas românticas. Desde Portugal, Maria Antonieta tinha um serviçal somente para cuidar de seus 500 sapatos, que eram catalogados por data, cor e estilo.
Fonte: Nina Lopes
Sapato Tamanco, é a denominação de um tipo de calçado sob a qual cabem vários subtipos. Mas quase sempre a característica comum aos subtipos é o emprego de uma plataforma de madeira como solado, e que pode ter alturas variadas. Assim, um tamanco é um tipo de calçado em que a pessoa que o usa fica afastada do solo por alguns centímetros. Tanto pode ser fechado como um sapato, como aberto, como uma sandália.
Tamancos em Portugal: A indústria do calçado em Guimarães é abundante e antiquíssima, pois andou sempre ligada à de curtimenta de peles. Por conseguinte, "existiu em Guimarães uma confraria dos sapateiros, sob a evocação de Santa Maria, cuja constância no tempo vem desde o século XIII e se projectara numa continuidade admirável sob o título abreviado de Irmandade de S. Crispim", que foi fundada no ano de 1315 pelos sapateiros João Baião e Pedro Baião.
Nesta região, usava-se o calçado de madeira, comummente conhecido por tamancos e socos. Aliás, de todo o tipo de calçado antigo, aquele que chegou até aos nossos dias com o direito ao título de calçado popular foi o tamanco.
E, se bem que em tempos passados o povo tivesse andado descalço, este calçado impunha-se como meio de protecção na realização de alguns trabalhos agrícolas, tendo por isso os seus melhores defensores na gente da lavoura.
Portanto, é notória a importância que os tamanqueiros tiveram na população do concelho, que tinha como único calçado os tamancos. Feito de pau de amieiro e um pouco de couro, este calçado humilde tem também a sua história.
Popularmente, os tamancos têm as designações de socos e taroucos. Se a pessoa que os usava era uma mulher, os tamancos eram designados por tamancas, os socos por socas, e os taroucos passavam a ser taroucas.
A propósito deste assunto, José Leite de Vasconcelos, o mestre da etnologia, refere que "as mulheres usam tamancas ou socas, que são menores e mais apuradas do que os tamancos, mas com sola de madeira".
No entanto, este calçado tem tido variantes já que, segundo Santa Rosa de Viterbo, no seu Elucidário, "o tamanco tem pau em lugar de solas".
Ainda a este respeito, um outro autor salienta que outrora "o tamanco foi usado com a superfície de cortiça, em vez de pau".
De qualquer forma, o tamanco era mais usado pelo homem e o soco mais usual na mulher, sendo inquestionável que este foi o calçado dos pobres, sem esquecer que também os ricos o usaram em muitas emergências do tempo e da fortuna.
Era de igual modo costume os membros da Igreja na diocese bracarense usarem este tipo de calçado.
Por outro lado, as condições físicas do terreno foram as inspiradoras do artífice tamanqueiro. Nas terras do litoral, o pau do tamanco é raso. No interior, o tamanco começa a arquear a biqueira. Já nas terras bravas das serras, o tamanco arqueia ainda mais, cingindo o couro mais ao pé, para melhor se acomodar ao terreno e à marcha.
As oficinas dos tamanqueiros situavam-se mais no recôndito das aldeias do que nos povoados urbanos.
Lá, o tamanqueiro talha as peles (de couro para os socos de homem e de crute para os socos de mulher), e prega as peles aos paus. Utiliza moldes de cartão grosso para cortar as peles, e serve-se de uma forma para fixar o cabedal ao pau através de tachas.
O pau utilizado era obtido do amieiro. Para consegui-lo, o artífice ia pelas aldeias à procura de amieiros, e esperava pelas quadras de lua para os poder cortar.
No que diz respeito à sua ferramenta, esta era limitada.
O tamanco era fabricado em maiores quantidades no Inverno, começando na Primavera a fabricação da chinela de calcanhar aberto, que era calçado confortável, higiénico e típico.
A Rua Nova do Comércio tinha muitas lojas de sola e oficinas de calçado, havendo um grande empenho no fabrico e venda da chinela para o homem.
A chinela era usada tanto pelo lavrador como pelo homem do centro urbano e até mesmo pelo caixeiro antigo, de traje à época e chinela de couro açafroado. Este facto faz-nos compreender que a chinela não só era usada na aldeia, mas também no centro urbano.
Desta forma, fixou-se o uso da chinela para homem. No que concerne às chinelas de mulher, estas eram distinguidas no singular por chinela de Guimarães. Daí que tenha o seu padrão próprio tornando-a inconfundível.
Sendo assim, a chinela de mulher era talhada para ser usada por gente de pé descalço. A sua forma é calçadeira, quase rasa e de bicos aguçados; o tacão era baixo e em sola, e o cabedal era preto, em verniz ou "vitela da terra".
A gáspea, no peito do pé, é bordada com retrós de cores. Se a chinela for para uma viúva terá de ser lisa.
Contudo, há um pormenor de grande importância que se traduz na circunstância desta chinela ter a gáspea ligada à calcanheira, e esta é acalcanhada.
Logo, a chinela antiga de Guimarães alcançou conquistar alguns mercados em terras transmontanas, embora outros tipos modernos a venham fazendo recuar à sua origem. Mas este facto não impediu que homens e mulheres da Póvoa viessem em bandos, a pé, à romaria de S. Torcato, sem deixar de se abastecerem de chinelas - a chinela de Guimarães.
Em S. Torcato abundava a produção de couros, o que contribuiu para que esta freguesia rural se tornasse num grande centro produtor de calçado de uso popular.
Em Ronfe, no ano de 1842 contavam-se já quatro sapateiros e vinte tamanqueiros.
Perante este número de artífices relativo a uma só freguesia do concelho, é lícito concluir que a indústria do tamanco não se limitava ao consumo local, vivendo igualmente da sua exportação.
Actualmente, ainda encontramos pequenas oficinas onde se continua a fabricar calçado de pau para um reduzido número de clientes que o preferem ao calçado de materiais plásticos, para enfrentar a humidade e o frio do Inverno nos campos.
"A rusticidade deste tipo de calçado começa a gozar de grande popularidade junto, principalmente, dos estrangeiros que o preferem às socas ortopédicas por, além de representar uma tradição desta região, ter um aspecto estético mais agradável".
Nesta região, usava-se o calçado de madeira, comummente conhecido por tamancos e socos. Aliás, de todo o tipo de calçado antigo, aquele que chegou até aos nossos dias com o direito ao título de calçado popular foi o tamanco.
E, se bem que em tempos passados o povo tivesse andado descalço, este calçado impunha-se como meio de protecção na realização de alguns trabalhos agrícolas, tendo por isso os seus melhores defensores na gente da lavoura.
Portanto, é notória a importância que os tamanqueiros tiveram na população do concelho, que tinha como único calçado os tamancos. Feito de pau de amieiro e um pouco de couro, este calçado humilde tem também a sua história.
Popularmente, os tamancos têm as designações de socos e taroucos. Se a pessoa que os usava era uma mulher, os tamancos eram designados por tamancas, os socos por socas, e os taroucos passavam a ser taroucas.
A propósito deste assunto, José Leite de Vasconcelos, o mestre da etnologia, refere que "as mulheres usam tamancas ou socas, que são menores e mais apuradas do que os tamancos, mas com sola de madeira".
No entanto, este calçado tem tido variantes já que, segundo Santa Rosa de Viterbo, no seu Elucidário, "o tamanco tem pau em lugar de solas".
Ainda a este respeito, um outro autor salienta que outrora "o tamanco foi usado com a superfície de cortiça, em vez de pau".
De qualquer forma, o tamanco era mais usado pelo homem e o soco mais usual na mulher, sendo inquestionável que este foi o calçado dos pobres, sem esquecer que também os ricos o usaram em muitas emergências do tempo e da fortuna.
Era de igual modo costume os membros da Igreja na diocese bracarense usarem este tipo de calçado.
Por outro lado, as condições físicas do terreno foram as inspiradoras do artífice tamanqueiro. Nas terras do litoral, o pau do tamanco é raso. No interior, o tamanco começa a arquear a biqueira. Já nas terras bravas das serras, o tamanco arqueia ainda mais, cingindo o couro mais ao pé, para melhor se acomodar ao terreno e à marcha.
As oficinas dos tamanqueiros situavam-se mais no recôndito das aldeias do que nos povoados urbanos.
Lá, o tamanqueiro talha as peles (de couro para os socos de homem e de crute para os socos de mulher), e prega as peles aos paus. Utiliza moldes de cartão grosso para cortar as peles, e serve-se de uma forma para fixar o cabedal ao pau através de tachas.
O pau utilizado era obtido do amieiro. Para consegui-lo, o artífice ia pelas aldeias à procura de amieiros, e esperava pelas quadras de lua para os poder cortar.
No que diz respeito à sua ferramenta, esta era limitada.
O tamanco era fabricado em maiores quantidades no Inverno, começando na Primavera a fabricação da chinela de calcanhar aberto, que era calçado confortável, higiénico e típico.
A Rua Nova do Comércio tinha muitas lojas de sola e oficinas de calçado, havendo um grande empenho no fabrico e venda da chinela para o homem.
A chinela era usada tanto pelo lavrador como pelo homem do centro urbano e até mesmo pelo caixeiro antigo, de traje à época e chinela de couro açafroado. Este facto faz-nos compreender que a chinela não só era usada na aldeia, mas também no centro urbano.
Desta forma, fixou-se o uso da chinela para homem. No que concerne às chinelas de mulher, estas eram distinguidas no singular por chinela de Guimarães. Daí que tenha o seu padrão próprio tornando-a inconfundível.
Sendo assim, a chinela de mulher era talhada para ser usada por gente de pé descalço. A sua forma é calçadeira, quase rasa e de bicos aguçados; o tacão era baixo e em sola, e o cabedal era preto, em verniz ou "vitela da terra".
A gáspea, no peito do pé, é bordada com retrós de cores. Se a chinela for para uma viúva terá de ser lisa.
Contudo, há um pormenor de grande importância que se traduz na circunstância desta chinela ter a gáspea ligada à calcanheira, e esta é acalcanhada.
Logo, a chinela antiga de Guimarães alcançou conquistar alguns mercados em terras transmontanas, embora outros tipos modernos a venham fazendo recuar à sua origem. Mas este facto não impediu que homens e mulheres da Póvoa viessem em bandos, a pé, à romaria de S. Torcato, sem deixar de se abastecerem de chinelas - a chinela de Guimarães.
Em S. Torcato abundava a produção de couros, o que contribuiu para que esta freguesia rural se tornasse num grande centro produtor de calçado de uso popular.
Em Ronfe, no ano de 1842 contavam-se já quatro sapateiros e vinte tamanqueiros.
Perante este número de artífices relativo a uma só freguesia do concelho, é lícito concluir que a indústria do tamanco não se limitava ao consumo local, vivendo igualmente da sua exportação.
Actualmente, ainda encontramos pequenas oficinas onde se continua a fabricar calçado de pau para um reduzido número de clientes que o preferem ao calçado de materiais plásticos, para enfrentar a humidade e o frio do Inverno nos campos.
"A rusticidade deste tipo de calçado começa a gozar de grande popularidade junto, principalmente, dos estrangeiros que o preferem às socas ortopédicas por, além de representar uma tradição desta região, ter um aspecto estético mais agradável".
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